Dia das Crianças no Camarote de Daniela Mercury
Festa de abertura do espaço reuniu 400 meninos em uma grande festa à fantasia, que remeteu aos carnavais de antigamente

Se nos cinco dias de Carnaval o Camarote de Daniela Mercury vai ser um point de paquera entre jovens e adultos, ontem o lema foi brincar, se divertir, fazer amigos. Os convidados da cantora para a festa que abriu a programação do camarote foram os pequenos. Para ser preciso, 400 crianças, entre filhos de vips, artistas, jornalistas, parentes e amigos de Daniela e Licia Fábio - organizadora do espaço -, além de meninos e meninas que vivem em instituições beneficentes, como Apae, Obras Sócias Irmão Dulce, Cidade Criança e Cedeca (Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Yves de Roussan).
O baile infantil começou por volta das 17 horas, com muito confete e spray de espuma para criar o clima de Carnaval. E como era necessária uma fantasia - não valia usar apenas os básicos abadas -, a graça era entrar no mundo lúdico de uma festa momesca como as de antigamente. Princesas, piratas, cinderelas, ciganas, esqueletos e todos os super-heróis existentes estiveram presentes. Mas quem realmente dominou foram os índios e índias. Tinha de todo tipo de tribo, mas apenas um cacique: Daniela Mercury, que se vestiu de Tainá, do filme "Tainá - Uma aventura na Amazônia".
Enquanto esperavam a chefe da tribo chegar, os foliões mirins aproveitaram para se divertir e brincar, dançando ao ritmo da banda Rock Dogs. Quem não parou nem um minuto foi a cigana Tália Oliveira, 8 anos. A garota, que estava com o grupo de 34 crianças da Organização de Auxílio e Proteção (OAP), que fica na Lapinha. Ninguém tinha dúvidas de que ela estivesse gostando da festa - a menina não parava de dançar nem por um minuto e mostrava que já conhecia o rebolado da baiana.
Já João Carlos, que é portador de deficiência mental, pode até não conhecer bem os passos das músicas da moda, mas uma coisa ele sabia: o básico dois passinhos pra lá, dois pra cá. E nesse ritmo o rapaz fazia sua festa, com toda animação e alegria de quem está estreando no Carnaval. Outros cinco colegas de João, com deficiências diversas, também aproveitavam cada minuto de música para dançar. Aliás, para essas grandes crianças, que beiram os 40 anos, nem era necessário tocar algum som para balançar o esqueleto, a melodia deles vinha da imaginação e ingenuidade de quem é criança para a eternidade.

GULOSEIMA - Nem toda animação agüenta muito tempo sem reabastecer as energias. No camarote de Daniela, que tem como tema o Cinema Brasileiro, o combustível da criançada foi muita pipoca, cachorro-quente, pizza, jujuba e algodão doce.
Mas nem tudo isso foi capaz de agradar à pequena cigana Malu Leite, 6 anos, filha de Mano Góes, da banda Jammil. Tímida, a menina, que subiu pela primeira vez em um trio na quarta-feira, 22, no Abre Alas, ao lado do pai, disse não estar gostando muito do Carnaval. "É muita zoada."
Já a índia espanhola Andréa Picasso, 11 anos, não acha o mesmo ¿ ela aproveitou a festa para conquistar um autógrafo do pai de Malu. Andréa, que já não é mais estreante no Carnaval de Salvador, e sua mãe, Consuelo, apresentaram a folia aos caçulas da casa, os índios gêmeos, Eduardo e Jorge, 6 anos. E para agradar a trupe, até Consuelo entrou no clima e foi à festa com um cocar.

Êxtase durante o show
Não era nenhum evento com mega produção e público gigantesco, mas, pelo empurra-empurra, até parecia. A agitação e agonia eram as típicas dos grandes shows. As pessoas nos ombros dos mais generosos, para conseguir enxergar a atração ilustre, também era comum. A única diferença foi o público. Em vez de adolescentes transloucados gritando por seus ídolos, entre uma paquera e outra, via-se olhos atentos de crianças, observando os gestos daquela índia Tainá na qual havia se transformado Daniela Mercury.
Eles até pulavam, se empurravam e brigavam pelo melhor espaço, mas isso se perdia em meio ao encantamento nítido naqueles rostinhos que realizavam o sonho de muitos marmanjos: estar a poucos centímetros de uma das rainhas do Axé. E eles aproveitavam cada instante. Como a indiazinha Maria Clara Almeida, 5 anos, que subiu ao palco para dançar com Daniela. "Estou adorando. Dancei, brinquei, vi o trio passar e conheci Daniela. Vou ter muita história para contar aos meus colegas quando voltar às aulas", diz.
Nem todos tiveram essa chance - o cansaço venceu alguns pimpolhos, como o neto do cantor Ninha, Diogo Menezes, 2 anos, que trazia no corpo a fantasia do Tribahia. Diogo até queria ver a cantora, mas não agüentou esperar. Daniela Mercury só apareceu às 19h50, faltando dez minutos para o horário previsto para fim da festa. Contudo, a jovem Tarsila Figueiredo, 10 anos, não se arrepende de ter esperado. "Valeu a pena!"


Fonte : Jornal aTarde - Fevereiro 2006


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