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Ao comando de Carlinhos Brown, o som dos tambores ecoou e transformou o Terreiro de Jesus em um grande espaço de exaltação à cultura negra
pelourinho cultural
Evento fez parte da programação do I Encontro das Culturas Negras, que será realizado até segunda (12)


“O Terreiro de Jesus é do povo, é nosso, é de Neguinho do Samba. Será neste espaço que realizaremos esse grande Encontro de Tambores, evento que acontece desde que os nossos ancestrais deram o primeiro toque no tambor”. Foi com essas palavras que o Cacique Carlinhos Brown deu por iniciado o Encontro de Tambores, evento que reuniu ontem (09) percussionistas dos principais blocos afro da Bahia no Terreiro de Jesus. Lá estavam integrantes da ala percussiva do Ilê Aiyê, Timbalada, Filhos de Gandhy, Malê, Muzenza, Cortejo Afro, Bankoma, Os Negões e Okambí, e como não poderiam faltar, as meninas da banda Didá, principais representantes do poder criativo do homenageado do Encontro, o Mestre Neguinho do Samba, falecido em 2009.
Após a apresentação do Hino Nacional Brasileiro tocado pelos tambores, Brown aproveitou a oportunidade e mostrou para o público que lotava o Terreiro a “Caxirola”, instrumento que será a nossa Vuvuzela durante os jogos da Copa de 2014. Daí em diante foi só festa! Enquanto os percussionistas colocavam os seus instrumentos a postos para balançar o chão da praça, o público atendia ao chamado e cantava em alto e bom som as músicas ensaiadas pelo timbau do mestre. Foi uma noite de alegria!

MARACATU DE ARUENDA DA SAUDADE
Depois do Encontro de Tambores foi a vez do Maracatu de Aruenda da Saudade marcar presença no Terreiro de Jesus. O grupo paraibense fez bonito e mostrou ao público baiano o quanto é importante a valorização da diversidade e das nossas raízes culturais.

FESTAS NOS LARGOS
Após a realização do Encontro de Tambores, baianos e turistas foram conferir as atrações dos Largos do Pelourinho e transformaram cada espaço em um imenso Carnaval.
No Largo Tereza Batista, Camdombe Puro (Uruguai) e Dão e a Caravana Black agitaram a galera. Dão contagiava a todos com a sua mistura de ritmos brasileiros e africanos, mostrando porque é uma das grandes apostas da nova geração de músicos baianos.
No Largo Pedro Archanjo, após as apresentações de dança da Fundação Cultural da Bahia – FUNCEB, a Orquestra Rumpillez emocionou a todos com a sua performance que mistura toques saídos dos terreiros de candomblé à música erudita com instrumentos de sopro e atabaques. “Participei hoje da mesa-redonda sobre o Carnaval e vi o quanto é importante discutirmos a nossa ancestralidade. Vivemos muito tempo como coadjuvantes e hoje temos que assumir o nosso papel de protagonistas. Temos que levar esse debate às escolas, temos que formar os nossos jovens. Eles precisam entender o quanto a nossa cultura é rica”, disse Letieres Leite, maestro da Rumpilezz.
Aloísio Menezes colocou o Largo Quincas Berro D’Água para ferver. O público presente ao espaço cantava e dançava todas as músicas entoadas pelo artista, que teve trabalho para descer do palco. “Toda vez que venho para esse largo é essa efervescência, mas hoje é uma noite especial, estou muito feliz por participar da programação do I Encontro das Culturas Negras, uma demanda nossa, dos que fazem parte do movimento negro. Hoje é noite de celebração!”, disse o músico. Quem também não poupou elogios ao Encontro foram os meninos da ManosPreto, que subiram ao palco logo depois de Aloísio. “É muito bom estar aqui. É a exaltação do nosso povo, da nossa raíz, da nossa cultura. Temos que festejar”, disse Marcelo Rocha.

PENSAMENTO NEGRO
Antes da festa de ontem (09), os temas Culturas Negras no Brasil Hoje e Carnavais Negros nas Américas nortearam as discussões no auditório da Faculdade de Medicina da Bahia. Na mesa, intelectuais negros como Muniz Sodré discutiam com Chico César, atual secretário de cultura da Paraíba, Ayrson Heráclito e Paulo Sérgio da Silva os novos rumos da cultura nacional.
Hoje (10), as discussões terão como tema o Encontro de Estudos das Culturas Negras, às 9h, também na Faculdade de Medicina, e as Redes de Intercâmbio e Cooperação das Culturas Negras, às 15h, no mesmo local.

MAIS FESTA
À noite, mais festa com show do Ilê Aiyê e do Olodum, que dividirão o mesmo palco durante o encerramento do encontro, às 22h, no Terreiro de Jesus, e nos largos, mais atrações agitarão cada espaço. A programação completa do I Encontro das Culturas Negras pode ser acessada no site www.cultura.ba.gov.br.

FOTOS - confira aqui

Fonte : SECULT BA (10/11/12 | 12H11) - novembro 2012

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