Com a proposta de destacar o protagonismo feminino no samba, homenageando mulheres que escreveram e ainda escrevem a história do samba brasileiro, o Coletivo Clementinas, formado por artistas da cena feirense, estreia o show “Pérolas do Samba”. A apresentação, que marca o início do Mês da Mulher Sambista, acontece no sábado, dia 05 de abril de 2025, às 19h,
na Sala Principal do Teatro do Centro Cultural SESC (Praça Carlos Bahia, Centro) na cidade de Feira de Santana, na Bahia. Os ingressos antecipados podem ser adquiridos presencialmente na Bilheteria do Teatro ou online, através da plataforma Sympla.
Com estilos próprios e carreiras artísticas em paralelo, as Clementinas, que contam com artistas naturais de Feira de Santana, mas também de outras cidades da Bahia, trazem um repertório diversificado, com influências “do Sertão ao Litoral”. Criado há pouco mais de três meses, o Coletivo é formado por cantoras, compositoras, instrumentistas, dançarinas e outras profissionais da cultura, arte e educação que têm o objetivo de fortalecer e fomentar o samba feito por mulheres em Feira de Santana e região.
Além das idealizadoras Karol Freitas, Jô Chagas e Denise Fersan, o espetáculo também contará com as artistas Amanda Braga; Duda Lacerda; Islena Carolina; Jemima Silva; Kareen Mendes; Letícia Alexandra; Vanessa Batista; e Victória Marques, com Isabely Seixas e Mari Falcão na produção e direção de arte.
O repertório escolhido para o show abrange canções compostas ou imortalizadas por mulheres como as veteranas Dona Ivone Lara; Alcione; Beth Carvalho; Clara Nunes; Elza Soares; Clementina de Jesus; Jovelina Pérola Negra; e Leci Brandão, e artistas mais contemporâneas como Teresa Cristina; Martnália; Mariene de Castro; Juliana Ribeiro; Maria Rita; Roberta Sá; e Maryzélia, que é artista da terra.
A apresentação também homenageia mestras do Samba de Roda da Bahia, como Dona Edith do Prato (Santo Amaro), Dona Dalva Damiana (Cachoeira); Dona Cadu (Maragogipe); Dona Nicinha (Santo Amaro); Dona Rita da Barquinha (Saubara); Dona Aurinda do Prato (Vera Cruz); dentre outras – com destaque para a feirense Dona Chica do Pandeiro, matriarca do grupo Quixabeira da Matinha. A santo-amarense Tia Ciata, considerada uma das responsáveis por levar o samba para o Rio de Janeiro, no século XIX, também está entre as homenageadas. Ciata abriu as portas de sua casa para que os primeiros sambistas pudessem se reunir, quando a prática era considerada crime e o samba era alvo do racismo sistêmico, proibido pela “Lei dos Vadios e Capoeiragem” (Decreto nº 847/1890).
Segundo Karol Freitas, mesmo tendo como espelhos Dona Chica do Pandeiro ou Maryzélia, que desponta cada vez mais no cenário nacional, as mulheres ainda não ocupam posições de relevância nos principais espaços dedicados ao samba na cidade. “As rodas e mesas de samba em Feira têm sido compostas majoritariamente por homens. Com esse projeto, nós queremos recuperar esse protagonismo e celebrar a importância histórica da mulher da mulher, principalmente da mulher negra, para o surgimento e consolidação do samba. Afinal, a figura feminina foi fundamental para que o samba se perpetuasse e saísse da condição anterior, de marginalidade” – revela a artista.
Fonte e Vendas: Sympla - Abril 2025