Preta Gil, filha de Gilberto Gil, morre nos Estados Unidos


Os noticiários acabam de informar neste domingo, dia 20 de julho de 2025, o falecimento da cantora, atriz, empresária e produtora cultural Preta Gil, que ocorreu à noite em Nova Iorque (EUA), de câncer colateral (no intestino).

Mulher negra, artista plural e figura importante na luta por representatividade e liberdade, Preta Gil deixa um legado na cultura brasileira, construído com coragem, alegria e autenticidade.

Filha de Gilberto Gil, um dos maiores nomes da música e da cultura nacional, e de Sandra Gadelha, Preta sempre carregou com orgulho suas raízes baianas. Ainda que tenha nascido no Rio de Janeiro, jamais escondeu o vínculo afetivo e artístico com a Bahia, terra de sua ancestralidade e da tradição cultural que ajudou a moldar sua identidade. Ao longo de carreira, esteve presente em importantes palcos baianos, sendo presença constante no Carnaval de Salvador, onde comandou trios elétricos que celebravam a diversidade, a liberdade de expressão e o direito de todos a ocupar as ruas com alegria e respeito.

“A Bahia, que faz parte da história de sua família, de sua música e da sua essência, se despede com gratidão. Que a memória de Preta Gil siga viva em cada gesto de amor, em cada escolha que fazemos pela alegria, pela liberdade, pelo respeito à arte e à diversidade”, afirmou o secretário de Cultura do Estado da Bahia, Bruno Monteiro.

Preta também se destacou como uma mulher à frente do seu tempo, desafiando padrões estéticos e sociais, e promovendo, por meio da arte, o empoderamento de corpos diversos, sobretudo de mulheres negras. Sua trajetória se entrelaça com os movimentos que pautam uma cultura mais inclusiva, acessível e representativa.

Nos últimos anos, sua luta pela vida foi travada com a mesma força e transparência com que conduziu sua carreira. Com coragem e sensibilidade, Preta transformou sua experiência pessoal em um gesto coletivo de cuidado e conscientização, abrindo diálogo sobre saúde, acolhimento e vulnerabilidade. No último mês de março, estivemos com ela, em Salvador, e ficamos muito comovidos e animados com sua força e determinação de lutar.

“Ela construiu sua trajetória profissional e artística ancorada na sensibilidade, no compromisso com a liberdade e no respeito às diferenças. Falou de temas espinhosos com a delicadeza e a força de quem não tinha medo da verdade. Fez da sua arte um lugar de acolhimento e de projeção de muitas outras vozes, tornando-se referência no enfrentamento aos tabus. Deixa, ao Brasil e ao mundo, o legado de que é possível combinar arte com coragem e liberdade”, finalizou o secretário de Salvador.

Seu legado permanecerá vivo na memória afetiva do povo baiano e nos muitos gestos de amor e resistência que marcaram sua trajetória.


Fonte : TV BAND / SECULT BA (20/07/2025) - julho 2025

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